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sexta-feira, 10 de julho de 2015

Paradigmas da modernidade: a vida das mulheres!



Às vezes, olho para a minha mãe e penso que nunca poderei ser uma mãe como ela, muito menos como a minha vó. Como cheguei à essa conclusão? Melhor recapitular a história...

Minha vó foi prometida ao meu avô quando nasceu, ela só o conheceu no dia do casamento, casou-se ainda adolescente, viajou de navio por aproximadamente 3 meses para chegar ao Brasil e teve 12 filhos (acreditem se quiserem!). Até o seu último dia respeitou a sua cultura de origem, foi forte, batalhadora e conseguiu criar seus filhos sozinha, já que meu avô faleceu muito cedo e não haviam parentes por aqui. Apesar das dificuldades, todos seus filhos seguiram o caminho do bem, e nunca lhes faltou carinho, conselhos e colo. Nunca ninguém a viu derramar um lágrima, ela tinha a capacidade de reunir toda a família e era a mais sábia dos mulheres. 

No segundo capítulo dessa história está a minha mãe. Ela abriu mão do trabalho quando se casou. Sua dedicação foi total à nós (eu, meu irmão e meu pai). Não consigo me lembrar de um único momento no qual ela não estivesse presente. Sinceramente, acho que não existe. Ela sempre cuidou das refeições, dos aniversários, da roupa, dos cadernos, do shampoo, da escova de dentes, da tarefa de casa, da mamadeira, da blusa de frio, da mochila, do lanche, do cabelo... Sempre sofreu, chorou, riu, comemorou, caiu e levantou em cada um dos momentos pelos quais eu e meu irmão passamos. Aprendeu o que não sabia só para atender aos nossos pedidos e ver nosso sorriso. 

Seguindo mais um capítulo, aqui estou eu. É verdade que ainda não tenho filhos, mas tenho convivido tanto com mulheres-mães-profissionais que já imagino o que vem pela frente. Não me parece ser nada fácil! (acho que já estou sofrendo por antecedência). Mas sempre me questiono sobre o futuro da instituição chamada família. Com essa vida turbulenta em que vivemos, repito, parece ser quase impossível ser uma mãe, tal qual a minha avó ou a minha mãe. Sem filhos, mal temos tempo para comer, cuidar da casa, viajar, cuidar da beleza, estudar, dormir, descansar, afinal o trabalho e as responsabilidades estão na empresa, em casa e onde quer formos, por meio da tecnologia. Com filhos, só sendo mãe para conseguir gerenciar a agenda profissional, pessoal e dos filhos. E, quando algo não dá certo, como elas sofrem por terem que escolher entre os filhos e a profissão!

Alguns podem dizer que tudo é questão de gestão do tempo, afinal vivemos a era da tecnologia e da informação, em uma época em que as mulheres são livres (embora ainda desrespeitadas) e grandes profissionais. Mas, mesmo assim eu me pergunto se mesmo gerindo o meu tempo eu verei os primeiros passos do meu filho, antes da babá, ou da tia da escolinha, ou da minha mãe. Se eu estarei viajando ou participando de algum compromisso profissional quando ele cair, ou brigar com a namorada, ou precisar fazer a tarefa de casa. 

Por outro lado, pode ser que a resposta não seja a gestão do tempo, mas sim as escolhas de vida que fazemos, já que nós (mulheres) não somos obrigadas a trabalhar. Será que não? Então, quem irá pagar as despesas da casa, a escola do filho, o convênio médico, as roupas, os remédios? Só o homem? E, se o dinheiro não for problema, onde fica a realização profissional da mulher, todo o seu potencial e todos os seus sonhos? Assim, parece-me que trabalhar continua sendo necessário para o bolso e para a autoestima e autorrealização.

E o que fazemos? Não sei! Mas é aí que eu me lembro do que uma amiga que dizia: “se hoje eu encontrasse aquela mulher que queimou o sutiã eu daria uns tapas nela. Eu adoraria uma vida de Amélia, cuidando apenas da minha casa, do meu marido e dos meus filhos”. 

É mais do que óbvio que sou contra as conquistas das mulheres (de maneira nenhuma!), até porque sou uma dessas "mulheres modernas", que se beneficiou da conquista de todas aquelas que, no passado lutaram, e daquelas que ainda continuam lutando para que tenhamos respeito pelo que somos, enquanto mulheres, mães, esposas e profissionais.  

Entretanto, o fato é que eu não consigo vislumbrar uma forma de conciliar toda a minha trajetória profissional desse mundo frenético, com o meu papel de mãe, no sentido mais amplo do termo, ou seja, sendo para os meus filhos, tudo o que a minha mãe foi e é pra mim, e tudo que a minha vó foi para a minha mãe, pois isso sempre fez uma profunda diferença em nossas vidas, em todos os momentos. 

Enfim, não tenho respostas, apenas questionamentos e reflexões... Paradigmas de uma vida moderna!

Ps. Por que eu chamei de paradigma? Só o meu professor de epistemologia para explicar! hahaha...

Thina


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