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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Comportamento: Ele é músico, e daí?


Para entrar na faculdade eu tive que "passar no vestibular" e meu namorado também. Fui aprovada em uma universidade federal, para um curso bem colocado nas avaliações do MEC, ele também. Foram muitos dias, noites, feriados e fins de semana de estudo, para ele também.

Qual a diferença? Que eu fiz duas provas para conseguir ingressar e ele fez três? Que meu curso era noturno e o dele integral? Não! A diferença é que eu fiz Direito e ele Música.

Me incomoda profundamente a visão distorcida e preconceituosa que tantas pessoas têm. Será que precisamos só de advogados, juízes, engenheiros, médicos e administradores? É sempre uma cara espanto, seguida da pergunta: você trabalha em outra coisa? Esse é o seu trabalho?

Não entendo porque ele deveria fazer outra coisa. Essa também não é uma profissão? E quem foi que instituiu o que deve ser considerado como profissão? Infelizmente parece-me que um professor também passa por isso. Então, se é assim, meu namorado pode desistir. O que se pode esperar de um músico e professor?  

Só não sei o que seria do seu casamento, da sua formatura, das baladas, dos bares, dos filmes, das novelas, das crianças, enfim, da vida, sem música.

Qual o problema dessa profissão? Trabalhar durante a noite ou durante o dia enquanto as outras pessoas se divertem? Ou trabalhar muito dando aula em escolas de músicas ou aulas particulares? Acho que o problema é a construção de um estereótipo de safadeza, de falta de profissionalismo e de falta de conhecimento que algumas pessoas que se dizem tão cultas e esclarecidas espalharam e espalham por aí. Se eu dissesse, porém, que não existem profissionais assim eu estaria sendo injusta, afinal em qual profissão não existem os piores dos piores?


Se você acha que tudo é fácil na vida de um músico e vira festa no fim, tal qual o ditado “sexo, drogas e rock n’ roll”, tente ao menos um dia se colocar no lugar de um profissional sério, que estuda constantemente para aprimorar as técnicas, que muitas vezes é desvalorizado e mal remunerado, mas que assim como você, paga todas as contas no fim do mês.

Por fim, digo que esse texto não é uma lição de moral. É só um desabafo e que talvez sirva de reflexão, não apenas quando se trata de um músico, mas também no que diz respeito à tantas profissões e profissionais que são desvalorizados por aí. Reflita antes de julgar! Será que você nunca precisou ou precisará de algum deles em algum momento da sua vida? Como seria a sociedade sem eles? 

Somos todos interdependentes e nossos conhecimentos e habilidades se complementam.

Thina

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