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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Filme: O Escafandro e a Borboleta


Ei Pessoal!

Boa Tarde.

Espero que gostem da dica de hoje.


Em "O escafandro e a borboleta", o pintor e cineasta novaiorquino Julian Schnabel dosa delicadamente melodrama com porções de humor e nenhuma piedade ao filmar história real de um jornalista que, após sofrer um derrame que paralisa seu corpo inteiro, consegue ainda escrever um livro usando apenas o olho esquerdo.

No longa-metragem Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric, numa interpretação difícil, mas a altura do personagem) é editor de uma das revistas mais famosas da França. Tem três filhos carinhosos, uma namorada espetacular, uma ex-mulher participativa, um carrão, anda entre mulheres lindas e é motivo de orgulho para o pai (o sueco Max von Sydow, ator ícone de Ingmar Bergman), a quem respeita. Uma vida invejável. Até que, repentinamente, sofre o acidente vascular cerebral e quase morre.

Os médicos conseguem reanimá-lo, mas Jean-Do, como é chamado pelos amigos, fica totalmente paralisado, com a exceção do olho esquerdo. E, como ele mesmo diz, da imaginação e da memória. A mente, totalmente ativa, se sente prisioneira dentro de um corpo que não funciona. Como se ele estivesse vestindo um escafandro – daí metade do título –, em que não tem controle dos próprios movimentos.

Escritor
Entretanto, com a ajuda da fonoaudióloga do hospital – uma "beldade", como é apresentada –, eles desenvolvem uma forma de comunicação que, depois de contratempos, o permite escrever um livro.

Bauby pode dar forma a todas suas lembranças e criar outras, além de externar todas as preocupações e o seu cotidiano, criando uma espécie de diário único, por causa do seu autor. Todas as fantasias do escritor são levadas para a tela pelo cineasta, o que ajuda a tirar a dramaticidade excessiva do filme, sem torná-lo frio.

Aliás, Schnabel, que já tinha feito "Antes do Anoitecer", e "Basquiat - Traços de Uma Vida", consegue um bom resultado ao retratar a voz interior de Bauby. Um dos recursos utilizados é a visão subjetiva. Vemos o filme, durante um terço da projeção, pelo olhar do próprio escritor. Também escutamos os seus pensamentos, como um narrador que comenta as ações que passam à sua frente, sem que ninguém, do lado de lá da tela, o ouça. Quando os médicos costuram seu olho direito, para impedir que infeccione, quase sentimos a dor que ele não sentiu.

"O escafandro..." lembra outros filmes que abordam o tema da paralisia completa - ou quase, como "Mar adentro" do espanhol Alejandro Almenabar. A diferença, crucial, é como os protagonistas, ambos reais, encaram a própria (in)capacidade. Se Ramón Sampedro, de "Mar...", simplesmente não quer continuar a viver, Bauby continua, porque não sabe o que é impossível.

Fonte: G1 cinema

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