Não importa se você vai elogiar ou dar sugestões, mas não saia dessa Sala sem deixar seu comentário!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Filme: Moonrise Kingdom



A história se passa na década de 60 numa ilha fictícia na costa da Nova Inglaterra, cujo único contato com o continente se dá através de um rádio na estação de polícia. Correspondência, apenas por hidroavião, que é também o único meio de acesso. Lá moram Sam e Suzy, um casal de crianças que, no auge de seus 12 anos, se apaixonam, fazem um pacto de amor e decidem fugir para viver na floresta.

Sam, escoteiro inveterado, promete utilizar sua experiência na divisão Khaki dos escoteiros para cuidar de sua donzela na aventura pelo desconhecido. No entanto, com o sumiço da dupla, os pais da menina e o Chefe Escoteiro do acampamento de Sam iniciam uma busca para procurá-los na floresta. O que nenhum deles sabe é que há uma ameaça de forte tempestade na costa da ilha,  que pode dar um fim trágico a ambas aventura de amor e expedição de salvamento.

É adorável ver a maneira como Anderson tira partido do universo infantil para construir uma deliciosa metáfora sobre a aventura de viver, mostrando com uma roupagem de criança todas as etapas importantes da vida de um adulto: A conquista da liberdade, as loucuras por amor, os questionamentos sobre moral, o casamento... Crianças com gostos extremamente requintados e visões maduras de mundo, inclusive, ajudam nesse processo de enxergá-los como adultos. Com destaque para os irmãos de Suzy, que, com aparentemente 5 anos, são viciados em jogar ludo e ouvir cartilhas sonoras de composições de músicas clássicas.

Auxiliado por uma direção que preza pelo tom seco da comédia que tem um pezinho no non-sense, a estética da filmagem traz à tela personagens que são quase deprimidos, mas que não dá um ar deprimido ao filme. Pelo contrário, parece que eles  intensificam o caráter cômico que o diretor pretende imprimir. Impossível não destacar a trilha de Alexandre Desplat e o trabalho de arte de Gerald Sullivan, que  em algum lugar lá no fundo remete ao universo colorido do filme de Jason Reitman, Juno. Talvez pelas cores, talvez pela inspiração em desenhos animados.

Jornal do Brasil
Bernardo Schlegel


Nenhum comentário:

Postar um comentário