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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Filme: Universidade Monstros

“Não é um exagero dizer que “Monstros S.A.” é um dos mais queridos filmes da parceria Disney/Pixar. A despeito do conceito criativo e do inventivo mundo criado naquela produção, foi a ternura da improvável amizade entre o grandalhão peludo e gente boa Sully, o olhudo verde e neurótico Mike e a inocente garotinha Bu que conquistou o público. O fato daquele longa ter se encerrado em um reencontro entre os simpáticos monstros e Bu deixou um belo gancho para ser aproveitado em uma eventual continuação.

O problema é que, apesar de as produtoras quererem voltar àquele mundo e claramente haver um público ávido por mais aventuras em Monstrópolis, como os realizadores iriam retomar a relação entre a menina e seus amigos do outro lado do armário de modo satisfatório? Ora, justamente por conta de ter um final em aberto, cada fã imaginou de um modo diferente o que aconteceu com Bu, Sully e Mike depois que os monstros pararam de assustar crianças e começaram a diverti-las.

Com esse problema em mãos, o trio de roteiristas, formado por Robert L. Baird e Daniel Gerson e pelo diretor Dan Scanlon, teve a ideia de voltar ao passado dos monstros e contar como Mike e Sully se conheceram, tendo como paradigma o clássico oitentista “A Vingança dos Nerds”. Assim nasceu este “Universidade Monstros” que, desta vez, coloca Mike como centro das atenções (ao menos do ponto de vista da narrativa).

Ao contrário do que poderíamos pensar anteriormente, a dupla nem sempre foi inseparável. Ambos cursando a universidade para tornarem-se assustadores, o esforçado e estudioso Mike detestava Sully, que contava apenas com seu visual e sobrenome famoso para subir na vida. Quando a rixa entre eles coloca em risco os sonhos e futuros acadêmicos dos dois, eles se veem obrigados a juntar forças com a fraternidade Ozma Kappa, um grupo de excluídos, para provarem, em uma assombrosa competição, que são monstros assustadores.

[...]

Os detalhes dos personagens são extremamente bem definidos (reparem especialmente na musculatura ocular de Mike e na pelugem de Sullivan) e é interessante notar como Scanlon e seus colaboradores retratam os humanos que surgem no terço final da produção com uma estranheza quase que alienígena, ressaltando quem são os verdadeiros donos da película.

Mas se há uma lição que a Disney/Pixar aprendeu com ”Carros 2” é que manter seu padrão de excelência visual sem um bom roteiro resulta em produções superficialmente lindas, mas sem conteúdo, vazias. E isso é algo que não pode ser dito de “Universidade Monstros”. Por trás de todas as set pieces (aquelas cenas de ação mais elaboradas e longas, como as que envolvem as provas da competição), piadas e referências a filmes universitários, há um conflito emocional complexo envolvendo Mike e Sully.

[...]”

Por Thiago Siqueira



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