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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Filme: Godzilla


Quem gosta deste estilo de filme e já assistiu ao trailer de Godzilla provavelmente ficou com vontade de ir ao cinema. Por isso, resolvi falar um pouquinho mais sobre o filme.

Vamos lá!

Antes de virar uma série de longas de duelos de monstros e consagrar o Japão afora o gênero do tokusatsu (ou "filme de efeitos especiais"), Godzilla surgiu em 1954 como uma elegia aos mortos nas bombas atômicas de 1945. O novo remake americano de Godzilla tenta honrar esses dois lados: é muito mais dramático e grave que um Círculo de Fogo, por exemplo, mas não deixa de oferecer as recompensas catárticas que os fãs de tokusatsu esperam.

De seu primeiro longa, Monstros, o diretor Gareth Edwards traz seu conhecimento em efeitos visuais para imaginar um mundo onde a passagem de criaturas gigantes, embora cause desastres, não parece espetaculosa: são monstros diferentes daqueles de comportamento alienígena ou acuados como o de Cloverfield; aqui eles tratam a terra como seu habitat, e o ambiente se molda a eles. Resta aos humanos se conformar.

Há uma desesperança inerente a essa condição, e é a partir dela que o filme elabora seu senso de gravidade e drama. É como se a humanidade estivesse desde sempre fadada a se perder, e o perigo nuclear entra aqui tanto como MacGuffin (bombas com contagens regressivas são mesmo irresistíveis) quanto como fantasma (a história de 1945 que se repete). Edwards faz um filme sem crueldades.

O que ajuda a diferenciar Godzilla de filmes-catástrofes recentes, que recorrem ao imaginário do 11 de Setembro de forma espetaculosa, como O Homem de Aço, é que Edwards não perde de vista o senso de maravilhamento (e não exploração) diante dos monstros. Como no seu longa anterior, as criaturas se revelam aos poucos, e nunca deixam de espantar.

O filme é um espetáculo visual, tecnicamente perfeito. O CGI é incrível e a edição de som faz com que você sinta o peso dos monstros. Isso sem falar nos rugidos. Não é preciso dizer que este filme precisa ser visto no cinema, na maior tela e com o melhor som possível.

Detalhes dos monstros, não revelados em trailers, clips e spots, trarão mais impacto das cenas de luta, já que as criaturas são assustadoras, e responsáveis pelas melhores cenas de mortes e destruição. A trilha sonora de Alexandre Desplat faz uma moldura competente e bonita ao filme.

A direção de Gareth Edwards evoca – e muito – clássicos de Steven Spielberg, como Tubarão, sugerindo em vez de escancarar tudo desde o início, provocando a plateia e fazendo a tensão e a expectativa crescente. Edwards já havia acertado em apresentar criaturas através da perspectiva humana em Monstros — e sua ideia  funciona melhor ainda em Godzilla, principalmente na sequência da Golden Gate. Impossível não se sentir dentro da cena.

Já Godzilla está mais realista do que nunca. Além de acertar no design, Gareth Edwards manteve a personalidade e os poderes do Big G. Este Godzilla é uma mistura de todas as encarnações do personagem ao longo de 28 filmes. As referências à franquia japonesa estão espalhadas e vão agradar aos fãs antigos.

Bryan Cranston e Juliette Binoche estão fantásticos, mas seus personagens não passam do primeiro ato, deixando o resto do filme para um elenco que não consegue cativar o espectador.

Fontes:
Cinema com Rapadura
Revista O Grito

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