Não importa se você vai elogiar ou dar sugestões, mas não saia dessa Sala sem deixar seu comentário!

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Filme: Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises)


Desconsidere todos os filmes de super-heróis que existem até hoje. O desfecho da lenda do homem morcego supera todos eles, traduzindo o que obra blockbuster deveria propiciar ao público: boa dose de adrenalina nas cenas de ação, com grandes efeitos especiais, acompanhado de uma trilha sonora onipresente, tema feito pelo alemão Hans Zimmer (de Gladiador, Sherlock Holmes, Além da Linha Vermelha e A Origem). Frases de efeito encaixadas, sempre no timing exato, e uma constante autoanálise psicológica dos heróis quanto às consequências dos seus atos acoplados às questões jurídicas e políticas da cidade de Gotham, e idealistas, ao que tange os personagens imersos às situações nefastas frequentemente expostas ao longo do enredo fílmico.

É com esses apetrechos que a saga do diretor, roteirista e produtor Christopher Nolan (de A Origem e do excelente Amnésia, de 2000), em parceria com seu irmão roteirista, Jonathan Nolan, manteve a sua trilogia como uma unidade sólida, e continuamente, a cada filme, em uma linha ascendente em tempo de duração e, principalmente, qualidade. Algo incomum em uma série de três filmes, vide as franquias Homem-Aranha, Senhor dos Anéis etc.

"Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge" faz o improvável: melhorar a qualidade da saga iniciada em 2005

Iniciada a história do cavaleiro das trevas em 2005, com Batman Begins, o perfil dark e obscuro do herói carimbou em 140 minutos de projeção uma nova roupagem à lenda, antes vista em filmes de qualidade duvidosa. E que, três anos depois, e com 12 minutos a mais de tempo em relação ao antecessor, se corroborou como um filme grandioso, com a aparição magistral de Heath Ledger na pele do subversivo Coringa (pondo o antigo coringa Jack Nicholson em segundo plano, inclusive), em Batman: O Cavaleiro das Trevas.

E quando poderia ser quase impossível elevar o nível, Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, desta vez com 164 minutos velozes, aprimora mais ainda o seu legado, tampando todos os buracos deixados nos longas anteriores (não é à toa que há bastante surpresa neste novo filme) e consolidando a série como um dos melhores entretenimentos já vistos na história do cinema.

Após 8 anos exilado, Batman, o cavaleiro das trevas, ressurge para enfrentar o subversivo Bane

Oito anos depois dos acontecimentos do filme de 2008, em Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, a cidade de Gotham se encontra em tempos de paz. Bruce Wayne (Christiam Bale, de Flores do Oriente) está recluso em sua mansão e auxiliado, como de praxe, pelo mordomo e amigo Alfred (Michael Cane, de Viagem 2: A Ilha Misteriosa). O comissário Gordon (Gary Oldman, de O Espião que Sabia Demais) é o primeiro a aparecer, inconformado pela sua própria mentira, porém necessária. Ele forjou como herói Harvey Dent. E o mito vira lei: a Lei Dent, que tem como princípio a tolerância zero e a lei de talião (olho por olho) para com os criminosos. A homenagem póstuma ao duas caras é a responsável pelo tempo prazível vivido na pólis.

Por pouco tempo, até nos depararmos com a presença do novo vilão da série, Bane. Com o mesmo discurso do coringa, o impiedoso mascarado – interpretado pelo inglês Tom Hardy, de Guerra é Guerra – quer pôr também Gotham abaixo. Só que com um plano ainda mais tenebroso... para conter o novo antagonista, Batman conta com os amparos habituais de Gordon e Lucious Fox (Morgan Freeman, de Invictus) e as inéditas ajudas: o jovem policial implacável na busca por justiça, Blake (Joseph Gordon-Levitt, de 500 Dias com Ela) e a estonteante e inicialmente ardilosa mulher gato (Anne Hathaway, de Um Dia), com quem Batman vive em constante atrito, rendendo momentos burlescos.

Em sete anos – de 2005 a 2012 – a franquia do super-herói mascarado de Nolan, que pensa em sequenciar, em um futuro próximo, outras aventuras do cavaleiro das trevas, deixa o estimado Os Vingadores no chinelo e apaga a mancha deixada pelas produções pífias anteriores da história do homem morcego. Diante de um desfecho triunfal da saga, a única lamúria é Bob Kane (1915-1998), o criador do Batman, não estar mais vivo para conferir o grande registro de sua criação na telona.

Crítica de Tiago Canavarros
Cinema na Rede

Nenhum comentário:

Postar um comentário