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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Filme: Planeta dos Macacos

Ei pessoal,

Tudo bem?

O filme Planeta dos Macacos era uma grandes apostas para 2014. E, ao que tudo indica, ele conseguiu superar as expectativas dos "seguidores" dessa história.

Segundo o site Info Abril a sequência de ficção científica bateu um filme de terror, uma animação de família e uma comédia para adultos e manteve a liderança nas bilheterias dos Estados Unidos e Canadá por dois fins de semana seguidos. O filme já arrecadou mais 36 milhões de dólares em ingressos.

Para que não conhece nada dos filmes anteriores, segue uma rápida explicação e, ao mesmo tempo, uma visão crítica do filme em cartaz.


Quando, lá em 2001, o grande (chego a dizer genial) cineasta Tim Burton dirigiu mais um filme da franquia Planeta dos Macacos, todos nós acreditávamos que a série daria um salto de criatividade e entregaria uma obra-prima, tal qual muitos dos filmes dirigidos por Burton. Ledo engano. O filme de 2001 chegou a ser constrangedor de tão ruim, mal explorado e narrativamente uma lástima. Coube então ao diretor Rupert Wyatt dar um novo gás à história e filmar um reboot de tudo, que veio com o nome de Planeta dos Macacos: a Origem. Uma surpresa de filme, tudo lindo, uma história densa, com personagens interessantes e com uma enorme possibilidade de desenvolvimento a médio prazo daquele roteiro. César representava a mistura perfeita da relação entre homens e macacos e sua história não poderia jamais terminar com o desfecho de a origem.

Assim, estamos cá, dez anos após os acontecimentos da ponte Golden Gate, em São Francisco. Neste hiato, um vírus criado em laboratório dizimou grande parte da população mundial e os sobreviventes de São Francisco buscam encontrar uma solução para contornar o problema da falta de energia elétrica. Eles descobrem uma forma de resolver a questão, porém isso os leva ao território onde César e outros macacos geneticamente modificados desenvolveram o que podemos chamar de lar, com todas as nuances que uma pequena sociedade possui. E é exatamente neste instante, quando se descobre que a salvação de um grupo dependia da (talvez) destruição de outro, que acontece a representação narrativa do título: o confronto.

Não poderia estar mais feliz com a continuação daquela história comandada por James Franco (sim, ele era o protagonista de Planeta dos Macacos: a Origem). Se no primeiro, a história era mais densa e cheia de camadas, afinal de contas, estava-se contando como tudo começou, neste aqui a história ganha um ritmo mais frenético, alucinante e caótico, no melhor sentido possível. O diretor Matt Reeves (que também dirigiu o ótimo Cloverfield e o interessante Deixe-me Entrar) conseguiu jogar o espectador para dentro da selva de uma forma tão tensa – e intensa – que somos levados a todo o momento a acreditar que aqueles macacos são tão reais quanto os humanos. É absolutamente digno de aplausos a verossimilhança que o filme adquiriu, com ares de um processo natural que em algum momento da história acontecerá.

Mas para que esse tom de realidade alcançasse níveis de perfeição era necessário que houvesse um ator que de alguma forma conseguisse adentrar na alma de um macaco evoluído. É exatamente desta necessidade que nasce o genial trabalho de Andy Serkis, que não somente dá vida ao personagem protagonista desta sequência (sim, César é o protagonista de Planeta dos Macacos: o Confronto) como joga para as alturas o nível de qualidade de um personagem macaco na história do cinema. Será difícil algum outro personagem deste gênero chegar aos pés do trabalho realizado por Andy Serkis, que novamente merece ao menos uma indicação ao Oscar (sabemos o quão difícil será).

O roteiro, de Mark Bomback, Rick Jaffa e Amanda Silver, consegue desenvolver a história com muito mais agilidade e dinamismo que o seu antecessor. Era o esperado, pois aqui as cartas já estavam lançadas, não sendo necessário começar do zero toda a estrutura essencial da história; César já era um macaco maduro, que liderou por uma década sua comunidade, chegando a níveis quase humanos de evolução, como a incrível capacidade de dialogar, nem que seja com palavras chaves, com os outros macacos. Ou seja, o roteiro teve o foco todo no primeiro grande embate dos macacos com os humanos.

Os efeitos especiais e sonoros são tão competentes que beiram a perfeição. Aliado à isto temos o trabalho de ambientação do filme, de construir esta atmosfera caótica em que se encontra a história. Estamos quase que num apocalipse, com a humanidade em perigo e com a comunidade de macacos em constante evolução. Neste sentido vemos o confronto como algo realmente inevitável, e que serve como um primeiro round do que posteriormente virá: a guerra. Essa é ao menos a tendência, baseado no desfecho do filme, bem como no que sabemos sobre a mitologia da franquia Planeta dos Macacos.

Mas enfim, isso é assunto para as próximas sequências. O que fica de Planeta dos Macacos: o Confronto é uma história que não somente manteve o nível narrativo do seu antecessor, como evoluiu (tal como os macacos) em questões técnicas e de efeitos especiais. Assim podemos afirmar que no final do ano veremos o filme de Matt Reeves ser lembrado em muitas listas de grandes filmes de 2014. E será merecido.

Fonte: Cabine Cultural

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