Pessoal,
Quando cheguei em Fortaleza além da paisagem maravilhosa, outra coisa que não saía das “rodas de conversa” era esse filme. Aqui em Uberlândia ainda não tinha ouvido falar nessa produção nacional cearense e ainda não sei se chegará aos cinemas daqui, mas se tiverem oportunidade, assistam.
Segue uma crítica feita pelo
Diário do Nordeste:
“A chegada em massa da
televisão no interior do Ceará, na década de 1970, colocou em risco as salas de
cinema da região. Mas um herói, chamado Francisgleydisson, resolveu lutar
contra o domínio televisivo. Suas armas: criatividade e muito bom-humor.
Não sou de criticar o cinema
brasileiro como um todo, mas defendo a todo custo os filmes nacionais
regionalistas, principalmente quando a abordagem temática é o Nordeste. E Cine
Holliúdy vem comprovar que o melhor do Brasil é, de fato, o regional e o
popular. Infelizmente o nosso cinema ainda peca bastante no gênero comédia em
termos de qualidade, mas já há produções tanto engraçadas quanto memoráveis –
geralmente aquelas produzidas pela Globo Filmes. Mas, a Terra do Humor dá a sua
contribuição com Cine Holliudy. E se tem tem cearense dirigindo, roteirizando
uma história com os elementos de sua terra e com os seus comediantes atuando,
não existe a possibilidade de não termos um filme refrescante para o gênero ô
xente! A critério de informação, o longa de Halder Gomes é baseado no seu curta
Cine Holiúdy – o Astista Contra o Caba do Mal (2004), detentor de mais de 40
prêmios.
Dentre os vários motivos que
levam o espectador ao cinema para ver a comédia, o linguajar cearensês é sem
dúvidas o que mais o atrai. Tanto é que está com legendas para que os não
cearenses ou ‘não-tão-cearenses’ possam entender melhor algumas peculiaridades
das falas que recheiam o filme de bons momentos. E o humor em Cine Holliúdy é
inteiramente solto e funcional ao apresentar os seus personagens interioranos,
alguns estereotipados, acompanhadas de algumas alfinetadas da política à
religião. É a prova de que esteriotipando com cuidado, o resultado pode ser
positivo. A produção ainda reforça a fé e a vontade que o homem nordestino tem
para concretizar aquilo que almeja, diante de qualquer adversidade.
Cine Holliúdy não deixa de
ser também um registro histórico de uma fase que marcou toda uma geração de
admiradores do cinema e que despertou o interesse de tantos outros na sétima
arte, como foi o caso de Halder Gomes. E mesmo tendo se passado cerca de quatro
décadas desde o período retratado no filme, o tema não deixa de ser
contemporâneo, pois o cinema ainda não chega a todas as localidades do interior
nordestino – que espera ansioso pelas projeções de cinemas transeuntes ou mambembes.
Algumas edições na primeira
metade do filme não são exatamente perfeitas, mas o espírito do filme fala mais
do que qualquer falha que alguém busque e encontre. É uma daquelas comédias tão
divertidas que nos intima a ver outra vez”.
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