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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Texto: Sobre o dia dos namorados e outras tantas datas de dar presente


Quanto mais o tempo passa, mais observo as datas comemorativas e o comportamento das pessoas. Às vezes tenho a sensação de que o verdadeiro significado dessas datas foi esquecido ou, simplesmente, deixado para trás. Então, o que restou? Apenas a vontade e a necessidade louca e desenfreada de se comprar um presente. Ponto para o consumismo!

E, assim, o Natal, o Dia das Mulheres, o Dia dos Pais, o Dia dos Namorados, a Páscoa, o Dia das Mães e até o Carnaval, ganharam um novo e igual significado: dia de dar presente.

Quer um exemplo? O dia dos namorados se aproxima e por onde ando não vejo declarações, nem frases inspiradoras, nem gestos de carinho, nem mudanças de atitude... (Me perdoem a generalização!). Vejo apenas propagandas e campanhas publicitárias dizendo subjetivamente, ou não, que o mais importante é o presente. Ou seja, não se esqueça do presente neste dia especial e tudo estará resolvido, seu namoro está garantido por, pelo menos, mais um ano.

E eu que sempre pensei que namoro fosse algo bem mais complexo do que dar um presente. Acho que estou ficando velha e/ou vivendo no passado! Sonhando com aquela época em que o dia dos namorados era comemorado e vivenciado todos os dias. Quando os namorados não recorriam aos presentes para compensarem a ausência e que o amor era cultivado com pequenos gestos e carinhos. Quando à mesa do jantar não haviam telefones, nem Internet, nem trabalho à distância e nem selfie. Quando os casais não precisavam gerenciar as redes sociais a cada segundo para saber se as pessoas curtiram o presente, que antes de desembrulhado já foi compartilhado. Quando as declarações eram olho no olho e o buque eram de flores cuidadosamente colhidas do jardim. Quando as pessoas não precisavam de data especial, nem de modismo nenhum para sair de mãos dadas e olhar as estrelas ou para jantar à luz de velas. Quando o presente de dia dos namorados era estar presente na vida um do outro, independentemente do local, do tempo, do valor, do restaurante, do laço vermelho, do tamanho da caixa, das curtidas e, principalmente, do que os outros pensam ou falam.

E antes que alguém ache que eu não gosto de dar e nem de receber presentes, já vou logo avisando: eu adoro! Não sou contra mimos nem presentes. Eu gosto e tenho certeza que você também, afinal eles também são gestos de carinho. No entanto, já parou para pensar no que está sendo mais pesado nesta balança? O que você sente e faz todos os dias pelo seu namorado(a) ou o presente que você compra no dia dos namorados? Se for o presente, ainda dá tempo de equilibrar essa balança, tirando algumas doses de consumo e acrescentando algumas pitadas de amor. 

Acredito que você não vai se arrepender!

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