“O retorno do Filho de Krypton às telas de cinema não poderia ser mais pomposo. Comandado por nomes que há muito já fazem sucesso entre produções nerds, o novo filme do Homem de Aço mostra que é possível sim trazer uma perspectiva diferente para contar a história de tão clássico personagem.
Homem
de Aço
Depois do fracasso de 2006 com o patético
Superman – O Retorno, é lançado esse ano um reboot da história do homem de aço.
Adotando a alcunha do herói como título, Zack Snyder (diretor) e Christopher
Nolan (aqui, apenas produtor) tinham como função principal trazer um dos mais
icônicos super-heróis da história de volta ao gosto do público.
Como todo bom reboot que se preze, Homem de
Aço traz toda a já conhecida história de Kal-El, um kriptoniano enviado à Terra
pouco antes da destruição de seu planeta, Krypton. Achado e criado por Jonathan
e Martha Kent sob o nome de Clark, Kal-El logo descobre seus poderes
sobre-humanos e precisa tomar a decisão de ser um herói ou um conquistador ao
mesmo tempo que o General Zod planeja tomar a Terra para reconstruir o extinto
Krypton.
Conhecido por trazer às telas uma versão mais
real e dramática de Batman, Nolan, mesmo enquanto produtor, consegue deixar sua
marca ao longo do filme. Diferente dos antecessores, o reboot traz um Clark
mais intimista e pensativo. As dúvidas e questionamentos do personagem trazem
ao homem invencível uma vulnerabilidade jamais vista, o que torna um personagem
que poderia ser facilmente raso em um sujeito profundo. Embora o envolvimento
de Clark e Lois seja rápido e sem desenvolvimento, em nenhum a personagem de
Amy Adams soa forçada ou fora de lugar. Contudo, as melhores relações do
personagem-título são com seus pais Jonathan e Jor-El. A maneira com a qual
este guia o filho para ser o “deus” que ele foi enviado para ser e a forma como
aquele protege Clark contra a verdadeira ameaça – os próprios humanos – são
tocantes e muito bem construídas.
Aqui sem seus já famosos slow-motions, Zack
Snyder estabelece uma direção segura (ainda que abuse dos zooms) e que se torna
ainda mais executada no ato final do filme. Aliás o ponto alto da irregular
montagem, que ao longo do filme quebra momentos importantes para mostrar longos
flashbacks da infância de Clark que seriam muito melhor aproveitados se
cronologicamente. A trilha de Hans Zimmer, porém, acerta várias vezes e sabe
dosar bem os momentos de mais ação com momentos dramáticos, sendo ainda mais
interessante na cena que apresenta Clark pela primeira vez com a roupa de
Superman e seu consequente primeiro voo.
Seguro como o vilão Zod, Michael Shannon é
(talvez ao lado de Russell Crowe) a grande estrela do filme. Seu vilão é
convincente e capaz até mesmo de provocar pena e compreensãoo do público. Ao
passo que Henry Cavill se mostra uma boa escolha para as cenas de ação de
filme, mas um péssima escolha no quesito dramático do longa (uma cena
específica, envolvendo um tornado, é particularmente vergonhosa).
Mostrando-se muito melhor que seu horrendo
antecessor, Homem de Aço tem tudo para ser o primeiro de uma série de grandes
filmes de um herói por muito esquecido. Resta torcer para que Snyder e Nolan
continuem no comando”.
Breno Ribeiro
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