No domingo à tarde resolvi ir ao shopping dar uma olhadinha nas vitrines. Parei para olhar um celular, quando acabei, sem querer, ouvindo o diálogo entre uma vendedora da loja e uma criança de aproximadamente 10 anos. O que me impressionou foi o fato de que era a criança que estava escolhendo o aparelho e o plano que queria. A mãe restava inerte e a cena foi finalizada da seguinte maneira: “Filhinho, é esse mesmo que você quer? Se for, então vamos levar”.
Fiquei indignada! Esse fato me fez pensar durante algum tempo e me perguntar onde estão os limites que os pais devem impor aos seus filhos. Vejo como se os papéis estivessem invertidos, e o controle da vida estivesse nas mãos dos filhos e não dos pais.
Não estou aqui defendendo uma educação em forma de ditadura militar, ou defendo as tão famosas palmadas usadas por nossos pais e avós, mas acredito que impor limites significa também amar e preparar a criança para o futuro, no qual nem sempre é possível tudo o que se quer. Nesse exemplo a criança por enquanto quer um celular, mas daqui a pouco o celular já não basta, aí o desejo será de um carro, uma moto, um avião e por aí vai.
Até quando os pais poderão realizar todos os desejos? Como reagirá a criança diante de uma negativa? Que tipo de adulto essa criança irá se transformar? Quais valores terá? Tenho até medo de pensar em todas essas respostas, afinal os pais não são como os gênios da lâmpada que podem realizar qualquer tipo de pedido instantaneamente.
Saber dizer “não” é nada fácil. A maioria das pessoas não conseguem fazê-lo até mesmo em situações simples do dia-a-dia (mas isso fica para outro post). No entanto, segundo os especialistas, dizer “não” é um dos aspectos importantes e saudáveis da educação de crianças e adolescentes.
A criança precisa entender que ainda é uma criança e que não possui capacidade suficiente para decidir tudo que diz respeito à sua própria vida. Precisa entender que tudo tem limites que está sendo preparada para um dia assumir as rédeas de sua própria vida. Dessa forma, ela conseguirá respeitar a si mesmo e os outros e assim poderá encarar os desafios do caminho com mais naturalidade. Se não for assim, que tipo de adultos estamos formando?
Thina
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